Agronegócio

Tilápia vira roupa, material hospitalar e farinha para suplemento alimentar

Com uma produção de 209 mil toneladas em 2023, o Paraná responde por 36% do cultivo anual de tilápia no Brasil, que totalizou 579 mil toneladas no ano passado. Graças a pesquisas realizadas por professores e alunos da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no noroeste do estado, parte dessa produção pode agora ser direcionada para novos produtos de alto valor agregado, com aplicações nas indústrias de moda, hospitalar, farmacêutica e alimentícia.

 

O exemplo mais recente que decorre deste trabalho pode ser visto em dois importantes desfiles de moda do Brasil: a 2ª edição do Santa Catarina Fashion Week e o 58º São Paulo Fashion Week. Em ambos os eventos, roupas confeccionadas com couro de tilápia produzido na UEM ganharam as passarelas.

 

As estilistas confeccionaram peças com couro de tilápia produzido pela UEM em conjunto com a zootecnista Amanda Hoch, uma ex-aluna de pós-graduação da universidade. Ela também é coproprietária da Tilápia Leather, uma empresa especializada na produção do couro usado como base para a confecção de sapatos, bolsas e outros artigos de vestuário feitos a partir da pele da tilápia.

 

Hoch contou com o apoio da professora e ex-orientadora Maria Luiza Rodrigues de Souza, do Departamento de Zootecnia da UEM, que idealizou o laboratório de processamento de peles e de pequenos e médios animais da instituição. Criado em 2004, o laboratório, localizado na Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI), é hoje uma referência em pesquisas sobre a transformação de pele de peixe em couro.

 

No laboratório, os pesquisadores utilizam diversas técnicas de curtimento em peles de diferentes espécies animais, incluindo peixes de água doce e salgada, rãs, coelhos, caprinos, jacarés e avestruzes, entre outros.

 

Os estudos envolvem análises de resistência dos diferentes couros processados no laboratório, testes físico-químicos e físico-mecânicos, bem como análise de histologia (ciência que estuda tecidos dos seres vivos) e microscopia eletrônica.

 

Texto e foto: reprodução/Canal Rural, com edição NH Notícias

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