Agronegócio

Produtores de Nova Tebas investem para produzir polpa de frutas

A Cooperativa dos Agricultores das Comunidades 300 Alqueires, Vila Rural, Água das Martas, 1000 Alqueires e Alvorada (Cooperatvama), do Distrito de Poema, em Nova Tebas, vai começar a produzir polpas de frutas, com vistas a ampliar o mercado e garantir mais renda para os 48 cooperados. Toda a produção segue o sistema orgânico. Parte do sucesso se deve ao Programa Estadual de Apoio ao Cooperativismo da Agricultura Familiar (Coopera Paraná).

 

A Cooperatvama, localizada na região central do Paraná, participou de dois editais e obteve R$ 541,6 mil. Os recursos foram investidos na colocação de placas de energia solar, projeto de captação e reserva de água da chuva e na compra de equipamentos para melhoria da agroindustrialização, proteção dos trabalhadores e para práticas adequadas de higiene e sanidade.

 

“Vocês já são bons nisso, mas nosso apelo é para fazer sempre uma agricultura menos agressiva, mais biológica”, disse o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Norberto Ortigara, em visita à sede da cooperativa nessa quinta-feira (4). “Há espaço para crescer, é só achar o jeito técnico de construir isso, com bom desempenho, com bons cuidados e com todas as certificações para gerar oportunidades, ganhar dinheiro e viver melhor”.

 

O carro-chefe da Cooperatvama é a acerola, que dá às pencas na região. Mas outras frutas ganham espaço como a manga, goiaba, maracujá, abacate, uva, lichia, banana, morango e goiaba. “Por enquanto, vendemos as frutas congeladas, mas na próxima safra de acerola em setembro queremos ter as polpas”, disse Lucy de Fátima Goularte, a primeira mulher a assumir a presidência da cooperativa. No ano passado foram captadas 110 toneladas de acerola da produção 100% orgânica.

 

UNIÃO

 

A cooperativa nasceu em 2007 e teve em Lucy uma das inspiradoras. Após sobreviver a um acidente, diz ter buscado na religiosidade um novo caminho. “Pensei: se tivesse morrido o que eu teria deixado de bom?. Mas fiquei viva. No mesmo período outro produtor da região estava deixando o campo para morar na cidade. Foi aí que entendi que precisava de união, parar de pensar só em mim para pensar em todos”, disse.

 

Formada em Educação Física, ela decidiu interromper a carreira de professora, emprestou uma parte da propriedade do pai e passou a se dedicar integralmente à produção orgânica. “Nossos antepassados destruíram muito, se fosse continuar a mesma coisa estaria destruindo mais, acabando com nossa saúde e colocando alimento de péssima qualidade na mesa das pessoas”, argumentou. O irmão Claudinei e o sobrinho Marcos Paulo juntaram-se à empreitada.

 

A presidente também exaltou a importância do Coopera Paraná para a Cooperatvama. “É como se estivesse com um fardo enorme sem conseguir arrastar e quando a gente conseguiu o Coopera da energia solar foi como se tirasse aquelas pedras, e a gente foi se sentindo leve”, comparou. “É uma economia. No futuro podemos agregar valor ao produto e melhorar a renda das famílias”.

 

Entre os investimentos, a captação da água da chuva vai ajudar a enfrentar um problema de solo raso, que faz com que a água escorra rapidamente. “A gente precisa de caminhão-pipa, mas como ter uma agroindústria abastecida com caminhão-pipa?”, afirmou. Segundo Lucy, a captação da chuva vai trazer economia de cerca de 70% de água potável. As caixas utilizadas permitem armazenamento de 45 mil litros.

 

Ainda em Nova Tebas, Ortigara visitou as instalações de um futuro laticínio, da horta comunitária em que pessoas em vulnerabilidade social têm espaço para plantio de hortaliças para consumo próprio e, ainda, de uma cozinha comunitária com função de treinamento e capacitação.

 

Texto e fotos: reprodução/AENPR, com edição NH Notícias

Comentários