Agronegócio

Empresa agropecuária do Paraná quer gerar energia “em casa”

Em 2022, o Banco de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) assumiu o compromisso em ampliar o financiamento de projetos que aderem aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e em poucos meses alcançou quase 80% de aderência em suas contratações. Um dos exemplos concretos envolve a empresa agrícola Protecta, que pretende construir um biodigestor para gerar energia elétrica.

 

Fundada por João Conrad Schmidt, o negócio de agricultura familiar hoje administrado por seu filho, Fábio Schmidt, fica localizado no município de Ipiranga, nos Campos Gerais. A família produz grandes culturas de grãos e cria bovinos e suínos, entre outras atividades agropecuárias. O grande volume de produção gera um gasto alto de energia elétrica, o que despertou em Fábio o interesse por procurar alternativas mais sustentáveis e vantajosas economicamente. 

 

“Até então, utilizávamos a fertirrigação para garantir uma adubação mais orgânica e sustentável para nossas lavouras, mas por termos áreas distantes de produção, não conseguíamos levar todo fertilizante até lá e isso acabava não atendendo as nossas expectativas”, explicou. “Foi então que começamos a procurar soluções e conhecemos o Banco do Agricultor Paranaense, a subvenção das taxas de juros para projetos de energia limpa e, como nós temos essa parte de recepção de grãos, secadores e produção de sementes, viabilizamos o projeto do biodigestor”.

 

A criação de suínos e bovinos produz fezes, que são jogadas em uma lagoa artificial de decantação. A parte mais pesada do dejeto desce e cria uma espécie de lodo. Em cima fica o caldo de matéria orgânica. A fermentação dela gera gases de efeito estufa que, se lançados para a atmosfera, prejudicam o meio ambiente. O projeto do biodigestor pretende mudar esse sistema, num processo que gera energia elétrica a partir do biogás. Além disso, os resíduos orgânicos são utilizados como fertilizantes na produção agrícola. 

 

“Com isso, nosso objetivo é neutralizar de 70% a 80% as contas de energia com produção própria e, junto, aproveitar o resíduo do biodigestor para levar essa concentração de nutrientes para as lavouras mais distantes que não conseguíamos atingir anteriormente”, afirmou Schmidt.

 

O projeto foi aprovado pelo BRDE no final de 2022 e está em fase de construção. O agricultor, que está otimista com a conquista, considera que o apoio do banco foi fundamental para resolver as questões energéticas e ambientais da propriedade. “Essa possibilidade de ter prazo compatível e taxa de juros equalizada para geração de energia limpa foi essencial para conseguirmos atingir nossas expectativas”, acrescentou.

 

Pelo BRDE, o destaque está no incentivo de produção e consumo sustentáveis, redução de impactos climáticos e geração de energias limpas e renováveis. “A pulverização de recursos permitiu que médios e pequenos empreendedores pudessem investir em mais projetos ambientais, com a redução dos valores contratados, alavancando não só a economia do Paraná, mas do Sul, onde o BRDE se consolida no seu papel de desenvolvimento social e econômico”, disse o presidente do BRDE, Wilson Bley Lipski.

 

Texto e foto: reprodução/AENPR, com edição NH Notícias

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