Cotidiano

Do problema ao milagre: conheça a história do pequeno Bruno de Manoel Ribas

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O NH Notícias traz nesta Semana Santa, momento de muita fé, uma história comovente de um milagre que aconteceu com uma família de Manoel Ribas/PR.

 

A servidora pública Vanessa Hemkemeier, casada com o agricultor Antônio Carlos Zaqui, popularmente conhecido como Nego, já era mãe de um menino, Carlos Henrique, e descobriu uma nova gravidez em fevereiro de 2020. Entretanto, não era uma gestação comum, ela estava grávida de gêmeos.

 

“No primeiro ultrassom, o médico já descobriu que eram gêmeos e que estava tudo ok. Em outro ultrassom estava tudo certo. Aí veio a pandemia e após um tempo, quando fui fazer o exame morfológico, já apareceu uma má formação do lado esquerdo do coração do Bruno”, conta a mãe.

 

LONDRINA

 

Enquanto com um dos gêmeos, João Vinícius, estava tudo perfeito, com o Bruno Rafael o cuidado era maior após ser constatado essa má formação. Na sequência, o Dr. Anselmo, que acompanhava a mãe, pediu para ela ir para Londrina fazer um ecocardiograma para saber mais detalhes.

 

“A primeira vez que a gente foi, se não me engano, no começo de junho, eu não consegui fazer o exame, porque as crianças estavam muito agitadas. Um mês depois, conseguimos fazer. Primeiro, a Dra. examinou o João e viu que estava tudo certinho, já o Bruno, o que o Dr. tinha visto em Ivaiporã, se confirmou no eco”, explica a mãe.

 

Após desligar os aparelhos, a médica chamou os pais do Bruno e perguntou se eles tinham noção do problema do filho. Então, a profissional explicou que o lado esquerdo do coração é o local que comanda o bombeamento de sangue no órgão e compromete todo o corpo.

 

“Ela falou que meu caso teria que ir para Londrina, pois Ivaiporã não tinha lugar onde atender, era cirúrgico o problema dele. Teria que nascer dentro de um hospital que tivesse condições. O tempo entre o nascimento dele e a ida de Ivaiporã até Londrina poderia custar a vida do Bruno. Tudo tinha que ser muito rápido”, destaca a mãe.

 

Desde o momento da descoberta do grave problema do filho, a família se apegou ainda mais a Deus e a Nossa Senhora da Salete. A mãe reitera que foi atrás de padres que conhecia, atrás de pessoas de fé e que ela tinha contato para pedir oração ao seu filho, e que ela e o marido, em todos os momentos, acreditavam em um milagre.

 

“Eu e ele fizemos promessas, meu primeiro filho, Carlos Henrique, dobrava o joelho junto com a gente para rezar. E, em todos os momentos, eu acreditava que esse milagre iria acontecer”, salienta a mãe.

 

MILAGRE

 

Quando Bruno nasceu em Londrina, os diagnósticos dos exames e dos problemas do bebê se confirmaram. Na sequência, Antônio Carlos, que estava com a médica, deu autorização para transferir o filho para o hospital infantil, porque o caso era urgente.

 

“Quando ele foi no quarto me falar que o Bruno já estava sendo transferido, que ele já tinha assinado toda a documentação, que era para o bem do bebê, eu ainda falei para ele: ‘ele vai ser transferido, só que ele vai chegar lá no hospital e essa cirurgia não vai acontecer, porque eu tenho certeza que esse milagre está sendo feito e ele não vai precisar dessa cirurgia. Nossa Senhora da Salete vai operar ele nesse caminho’”, frisa a mãe da criança.

 

Após a transferência, o médico falou que na situação que constava nos exames do Bruno, ele teria que estar entubado, mas o menino só estava no oxigênio. O profissional da saúde decidiu então observar a criança por alguns dias e, após uma semana, pediu autorização para fazer uma angiotomografia. O exame iria ver ele por completo todas as veias do coração e se realmente tinha a necessidade de uma cirurgia de peito aberto.

 

“Me ligaram que era para ir até Londrina saber o resultado, pois Bruno estava de alta da UTI para o quarto. Chegando lá, o médico me falou que na angiotomografia deu apenas um sopro no coração dele. De todo o problema que poderia comprometer a vida dele, restou só um sopro no coração. Não tinha necessidade de cirurgia, porque o sopro geralmente fecha com o tempo e que só precisava ser acompanhado por um cardiologista infantil”, conta emocionada a mãe do menino.

 

BATALHA VENCIDA

 

Bruno quando nasceu tinha 44 centímetros e 2,450 kg e João tinha 42 centímetros e 2,780. Após o milagre, Bruno ficou alguns dias ainda no hospital para ganhar peso. “Depois, voltamos para casa e no começo ele sempre foi muito frágil, pequeno. Foi uma luta até os seis meses para conseguir o desenvolvimento dele. Sempre o Bruno era menor que o João. Enquanto o João ganhava 100 gramas, o Bruno ganhava 10”, esclarece a mãe.

 

Dia após dia, a família venceu a batalha e o filho nunca mais teve um problema grave de saúde. Até um ano, o casal levou o menor quatro vezes até Londrina e depois a médica pediu para voltar com dois anos, sendo que no ano passado o sopro do coração do Bruno já havia sumido.

 

“No final, o que custava a vida, restou apenas um milagre de Nossa Senhora da Salete e Jesus Misericordioso, porque foi muita oração, muitas pessoas rezando e pedindo a Deus. Tanto que a médica de Londrina, que nos atendeu no começo da gravidez e que acompanhou o nascimento, toda vez que chego lá, fala que é um milagre”, finaliza a mãe.

 

OBS/Legenda das fotos: Bruno recuperado e ajoelhado espontaneamente na gruta de N.S da Salete em Manoel Ribas. Embaixo, Bruno alguns dias depois que saiu do internamento. Ao lado, Bruno e João em um comparativo de diferença de tamanho. A última, ambos com camiseta do Bob Esponja, praticamente do mesmo tamanho.

 

Texto: jornalista Lucas Herdt/NH Notícias
Fotos: arquivo pessoal

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