Agronegócio

Crise em cooperativas leiteiras do RS preocupa produtores

A crise no setor de leite gaúcho se agrava com problemas financeiros enfrentados por grandes cooperativas do Rio Grande do Sul. O estado produziu uma média de 4,3 bilhões de litros em 2021, de acordo com a Secretaria da Agricultura local. A atividade está presente em quase todos os municípios e, geralmente é praticada em pequenas áreas por agricultores familiares.

 

A apreensão gira em torno das cooperativas Languiru, com sede em Teutônia no Vale do Taquari, e Apiá, situada em Nova Petrópolis. Juntas, somam juntas mais de 30 mil associados. Por conta da crise, na Languiru, alguns negócios já foram vendidos, outros estão à venda e mais 2 mil produtores foram assumidos por uma empresa francesa. Na Apiá, atrasos no pagamento levaram produtores a migrarem de cooperativa para entregarem o leite.

 

“Nós não podemos correr o risco de ficar de ficar sem receber o leite, pois seria inviável continuar produzindo. Esta é a única renda que a propriedade tem”, disse a produtora rural Sandra Santos.

 

O Sistema Ocergs-Sescoop/RS destaca que a crise atinge uma pequena parcela, mas mesmo assim preocupa. “Há uma evasão das compensações tributárias como outras empresas multinacionais fazem”, afirmou Darci Hartmann, presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS.

 

Além disso, o número de produtores que está abandonando a atividade tem aumentado em razão da baixa remuneração, altos custos de produção, competição com lavouras de grãos mais rentáveis, dificuldade de sucessão familiar e estiagens constantes.

 

Outro motivo que desestimula o setor é a alta da importação. Afinal, o leite estrangeiro entra no Brasil por um preço menor do que o praticado no mercado interno. De acordo com a Comex Stat, no primeiro quadrimestre deste ano, foram importadas 70 mil toneladas, o triplo do que foi negociado no mesmo período do ano passado.

 

Texto e foto: reprodução/Canal Rural, com edição NH Notícias

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