Política

Bolsonaro diz que acusações de golpe são graves e infundadas

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nessa quarta-feira (26) que tenha participado de uma tentativa de golpe de Estado. Ele disse também que as acusações contra ele são “graves e infundadas”.

 

Bolsonaro deu as declarações instantes depois de se tornar réu, no Supremo Tribunal Federal (STF), por tentativa de golpe. A Primeira Turma da Corte, por unanimidade, decidiu aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente e mais sete aliados, o chamado “núcleo crucial” da trama golpista.

 

“Eu espero hoje botar um ponto final nisso aí. Parece que tem algo pessoal contra mim. A acusação é muito grave, e são infundadas. E não é da boca para fora”, afirmou Bolsonaro.

 

Em declaração à imprensa, ele afirmou que, enquanto presidente, pediu a desmobilização de movimentos que pediam intervenção militar no país e que colaborou com a transição do governo dele para o de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

“Golpe tem povo, mas tem tropa, tem armas e tem liderança. Um ano, dois anos de investigação, não descobriram quem porventura seria esse líder”, declarou Bolsonaro.

 

O ex-presidente lembrou o pronunciamento que fez no Palácio da Alvorada no dia 2 de novembro, logo após ter sido derrotado por Lula na eleição presidencial de 2022.

 

Ele afirmou que, na ocasião, disse que manifestações pacíficas eram bem-vindas e que atos não podiam resultar em invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir.

 

“Ato contínuo, começamos a transição. Alguns dias depois desse pronunciamento, os caminhoneiros começaram a obstruir vias pelo Brasil. Eu fiz um vídeo pedindo que eles desmobilizassem. Não tinha intenção nenhuma em parar o Brasil, criar um caos ou estava pensando em outra coisa”, disse.

 

Na sequência afirmou que, durante a transição governamental, reuniu-se com José Múcio Monteiro, que havia sido escolhido por Lula para assumir o Ministério da Defesa. E que Múcio pediu “um apoio” a ele.

 

Bolsonaro afirmou que não compareceu ao STF nesta quarta porque “sabia o que ia acontecer” e disse que parece que há algo “pessoal” contra ele. Ele acompanhou a transmissão no gabinete do filho senador, Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Na terça, primeiro dia de julgamento, ele foi à reunião da Primeira Turma.

 

“Ontem [terça], eu fui ao Supremo. A decisão foi na última hora, vocês se surpreenderam. Hoje [quarta], resolvi não ir. Motivo: obviamente, eu sabia o que ia acontecer”, disse.

 

No pronunciamento que fez nesta quarta, Bolsonaro voltou a levantar suspeitas infundadas e a fazer acusações já desmentidas contra as urnas eletrônicas.

 

“Não sou obrigado a confiar, a acreditar no programador [das urnas]. Confio na máquina, não sou obrigado a confiar no programador”, disse.

 

Texto: reprodução/g1, com edição NH Notícias
Foto: reprodução/Ag. Brasil

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