Cotidiano
Bebê dado como morto é retirado do próprio velório após família ouvir choro em caixão

Um recém-nascido de, aproximadamente, cinco meses de gestação, dado como natimorto na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco/AC, foi retirado do próprio velório na manhã desse sábado (25) depois que familiares constataram que ele estava vivo e chorando dentro do caixão após ficar cerca de 12 horas dentro de um saco.
Segundo a médica pediatra neonatologista de plantão, Mariana Collodetti, que atendeu o caso por volta das 10h deste sábado, o bebê está em estado grave de prematuridade. Contudo, a equipe médica está dando o suporte necessário, com base nos protocolos de urgência.
Por meio de nota pública, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) disse que os protocolos de reanimação foram seguidos pela equipe multiprofissional e que instaurou uma apuração interna para esclarecer os fatos. O caso também será investigado pelo Ministério Público (MP-AC).
“A direção da unidade e toda a equipe manifestam profunda solidariedade à família neste momento delicado e reafirmam o compromisso com a ética, a humanização e a segurança no atendimento”, disse Simone Prado, diretora da Maternidade Bárbara Heliodora.
Segundo os documentos que o g1 teve acesso, o bebê nasceu na última sexta-feira (24) e a causa da morte atestada no laudo médico foi hipóxia intrauterina, que é uma condição em que o feto não recebe oxigênio suficiente durante a gestação.
A tia do recém-nascido, Maria Aparecida, disse que a mãe estava sentindo muita dor. A família é de Pauini, no interior do Amazonas, e chegou ao Acre na quinta-feira (23) para dar à luz, já que a mãe estava com quadro de sangramento e precisou ser induzida ao parto.
Na cidade-natal, segundo eles, não tinha estrutura suficiente para atender o caso. Da cidade amazonense até a capital acreana, são cerca de 260 km via estrada.
“Disseram que a criança nasceu sem vida, pegaram e só colocaram num saco, levaram pro necrotério, a gente fez o procedimento [fúnebre] e estava indo pro enterro. Ao chegar lá, eu pedi para abrir [o caixão] para poder ver o bebê e ele estava chorando. Isso é muita negligência e a gente quer justiça”, complementou.
Texto: reprodução/g1, com edição NH Notícias
Vídeo: reprodução









Comentários