Agronegócio

PR, SC E RS discutem incentivo às exportações de produtos do leite

O Paraná é o segundo maior produtor de leite do País, com 12 milhões de litros por dia – são 4,4 bilhões de litros/ano –, e almeja ampliar a comercialização para o mercado internacional. Entre as estratégias para consolidar a venda externa está a proposta de criação de um Programa de Incentivo às Exportações de Lácteos, envolvendo os três estados do Sul, que começou a ser discutida nesta quinta-feira (06), em reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira.

 

A aliança reúne representantes dos governos e de entidades dos produtores e de indústrias do leite dos três estados do Sul que, juntos, produzem 12 bilhões de litros por ano. O encontro ocorreu de forma presencial, em Curitiba, e foi transmitido online, com a participação de pelo menos 60 pessoas.

 

“Precisamos potencializar cada vez mais a cadeia do leite com suporte de pesquisa, com avanço nos mecanismos de redução de custos, com uma infraestrutura mais barata e com o desenvolvimento de produtos mais elaborados, agregando valor, pois nosso desafio é produzir para vender”, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara.

 

Ele reconheceu as dificuldades, em razão de crise hídrica, questões sanitárias e custos elevados, mas salientou que, ainda assim, há investimentos no setor.

 

No Paraná, a Piracanjuba constrói uma fábrica em São Jorge d’Oeste, com capacidade de processar até 2 milhões de litros por dia, enquanto a Unium – formada pelas cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal – implanta entre Ponta Grossa e Carambeí, com previsão inicial de beneficiar até 800 mil litros por dia.

 

O leite é o quarto produto em Valor Bruto de Produção (VBP) do Estado, com movimentação de R$ 9 bilhões em 2021. São mais de 100 mil produtores envolvidos com essa atividade, espalhados pelos 399 municípios.

 

SANIDADE

 

O secretário adjunto da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, Rodrigo Ramos Rizzo, destacou que a exportação é o caminho possível e viável para reduzir as dificuldades do setor leiteiro.

 

“Os três estados subiram a régua e estão com a mesma condição sanitária em relação à febre aftosa, e tratamos com seriedade o problema da brucelose e da tuberculose”, disse. “Com esse trabalho, nós temos condições de competir e entregar um produto de altíssima qualidade para o mundo”.

 

A diretora de Qualidade e Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina, Daniela Carneiro, mencionou o 1º Seminário Internacional de Brucelose e Tuberculose, que acontece em Florianópolis.

 

“Os três estados do Sul estão sendo citados como modelo e referência por terem as menores prevalências das doenças no País”, salientou. “Precisamos avançar mais e discutir a erradicação, porque para abrir mercado precisamos ter, além da qualidade, a sanidade, que impacta na produtividade. A sanidade é exigência dos países importadores”.

 

A coordenadora da Comissão do Leite da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, Márcia Mueller, acentuou que o setor vive um momento delicado. “Ao longo do tempo lutamos por uma melhoria de preços, mas fomos surpreendidos por uma redução, o que tem feito muitos produtores migrarem para outras atividades”, afirmou. “A grande alternativa é a exportação do leite e somos incansáveis na busca acelerada desse caminho”.

 

No mesmo sentido, observou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, José Zeferino Pedroso. Em Santa Catarina, somente 50% da produção é consumida no Estado. “É complicado se não tiver condições de dar uma demanda melhor”, afirmou.

 

Presidente da Federação da Agricultura do Paraná, Ágide Meneguetti reforçou a necessidade de qualidade. “O consumidor está exigindo mais e esse é o nosso grande desafio”, arrematou.

 

Texto: reprodução/AENPR

Foto: reprodução/ilustrativa

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