Agronegócio
Ração para pets deve ficar mais cara no 2º semestre
Com o aumento dos preços das principais matérias-primas utilizadas na fabricação de alimentos para pets, entre elas soja, milho e trigo, o preço da ração deve ser reajustado nos próximos meses.
“A gente faz o possível para reduzir custos, mas tudo está aumentando, desde a embalagem até a matéria-prima. As empresas não têm o que fazer, a não ser subir os valores aos poucos”, disse Nelo Marraccini, presidente do conselho consultivo Instituto Pet Brasil (IPB), entidade ligada ao setor varejista.
De acordo com Marraccini, o segmento lida com altos custos de insumos desde 2021. Este ano, os preços arrefeceram por conta da queda no número de casos da Covid-19, mas ainda continuam altos.
Os principais insumos utilizados para produção de ração animal, segundo o executivo do IPB, são as proteínas de carne, peixe e frango, milho, trigo, soja, arroz e óleo. Já a quantidade utilizada na produção de ração varia de acordo com a qualidade do produto e o tipo de alimentação — se é para cachorro ou gato, por exemplo.
“Com o aumento de preços, o brasileiro que compra ração super premium tenta manter a qualidade por um tempo, mas quando não consegue, troca por uma ração mais barata. Quem tem um ou dois animais de estimação em casa, lida melhor com a inflação, o problema é quem tem mais, como ONGs”, exemplificou.
Dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (8) , apontam que a categoria “alimento para pets” avançou 0,42% em março. No acumulado em 12 meses, a variação foi de 22,90% — quase o dobro do índice geral de “alimentação e bebidas” para seres humanos, que avançou 11,62% no período.
EFEITOS DA GUERRA
A preocupação do setor também está em torno da guerra na Europa, uma vez que a Ucrânia é o 3° maior produtor mundial de milho e a Rússia é uma importante exportadora de fertilizantes para o Brasil, afirmou José Edson Galvão de França, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).
“Em 2021, tivemos um aumento médio de 70% nos insumos e o setor repassou 27,3% da alta aos clientes. Apesar dos manejos, crescemos 32% em 2021. Para este ano, a previsão é 15% de expansão”, calculou França.
Para Ariovaldo Zani, presidente da Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal, o aumento de preços das matéria-primas para produção de ração também sofre impacto da crise energética da China e da Índia. E além dos pets, a alta impacta a alimentação de bovinos, suínos e aves.
Texto: reprodução/G1
Foto: reprodução
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