Cotidiano
Professora do Paraná doa corpo para estudos científicos

Marli Ondina Menarim, professora aposentada e servidora pública de Carambeí que faleceu na última terça-feira (21), doou seu corpo para estudos científicos. O gesto deve contribuir para o ensino e aprendizagem de estudantes da área da Saúde da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Em entrevista concedida ao Jornalismo do Portal aRede e do Jornal da Manhã, a filha da servidora confirmou que a mãe já avaliava, há algum tempo, a possibilidade de doar seu corpo. Marli se sensibilizou ao saber sobre a burocracia que as instituições de ensino enfrentam para conseguir cadáveres para estudos.
“Quando ela estava internada no hospital, ela manifestou a vontade para a equipe médica e perguntou quais eram os procedimentos necessários para fazer a doação”, explica Lorena Menarim, fisioterapeuta e filha da doadora.
Profissional da área da Saúde, Lorena vê o gesto da mãe com satisfação e lembra que Marli sempre trabalhou em prol da cidade e de outras pessoas. “Temos certeza que fizemos o certo e nos sentimos imensamente satisfeitas em deixar que ela continue ajudando mesmo depois de falecida”, expressa.
DOAÇÃO
O artigo 14 do Código Civil Brasileiro prevê a doação gratuita e voluntária do próprio corpo após a morte com objetivo científico. O processo pode ser feito em vida por pessoas com mais de 18 anos, a partir de registro em cartório – familiares devem estar cientes sobre a intenção.
Outra forma de doação é realizada pela própria família, após a morte do ente querido. Neste caso, é necessário entrar em contato com a universidade para receber as orientações necessárias. O Paraná possui um Conselho Estadual de Distribuição de Cadáveres (CEDC) que também auxilia nas etapas de registro e distribuição de corpos para fins de ensino e pesquisa.
Estudante de Medicina e neta de Marli, Ana Menarim ficou responsável pelos trâmites junto à instituição de ensino superior que receberá a doação. A acadêmica explica que, em casos de doação, a certidão de óbito irá informar a intenção de encaminhar o corpo para estudos.
“Antes de emitir a certidão de óbito, foi necessário fazer uma escritura pública em cartório para registrar a vontade da minha avó e confirmar que a família concordou”, conta Ana. No caso de Marli, a UEM se responsabilizou pelo transporte do cadáver.
Texto e foto: reprodução/aRede, com edição NH Notícias
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