Agronegócio
Doença que faz gado perder até 15% de peso tem se espalhado pelo Brasil

A infestação por bernes é uma doença que costuma tirar o sono do pecuarista brasileiro, trazendo impactos no desempenho do rebanho e na saúde financeira da propriedade.
O médico-veterinário Thales Vechiato afirma que é importante diferenciar os nódulos que aparecem na tábua do pescoço, originados por erros de aplicação de vacinas e vermífugos, dos bernes, que geralmente ficam espalhados por todo o corpo do animal com espessuras de até 10 cm, a depender da quantidade.
“Como a pupa se desenvolve dentro do animal, ela precisa de um orifício para respirar. Então quando o pecuarista nota uma abertura na pele do animal vazando líquido, é sinal de que a cabeça do berne está apontando, ou seja, é uma doença que se nota quando ela já está instalada. Não tem como olhar para um animal com o couro limpo e dizer que ele tem berne.”
Vechiato conta que a mosca que ocasiona o berne no rebanho é mais comum em áreas de matas fechadas. Assim, fazendas próximas a esses locais, a grutas e florestas, possuem maior predisposição ao contágio com o parasita.
O especialista destaca que na Região Sudeste a incidência é alta, mas, hoje em dia, como as altas temperaturas estão presentes em todo o país, está mais espalhada. “Começamos a ver bernes em lugares e regiões onde, antigamente, não se tinham relatos, como no Rio Grande do Sul e até na fronteira.”
Segundo ele, o inseto que origina o contágio tem uma vida muito curta, então ele captura outros tipos de mosca, seja a doméstica ou até a dos estábulos, e deposita as suas larvas neles. “Quando essa segunda mosca pousa no gado para picar, acaba depositando as larvas que estão em sua barriga ou debaixo de suas asas diretamente no couro do animal, o que causa o contágio”, detalha.
Texto e foto: reprodução/Canal Rural, com edição NH Notícias
Comentários