Agronegócio
Cientista do Paraná recebe o Nobel da Agricultura

A engenheira agrônoma e pesquisadora do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Taxonline, da Fundação Araucária, Mariangela Hungria, foi agraciada nessa terça-feira (12) com o Prêmio Mundial da Alimentação de 2025, o World Food Prize.
Conhecido como o Nobel da Agricultura, o prêmio é uma valorização aos estudos da microbiologista no desenvolvimento de dezenas de tratamentos biológicos de sementes e de solos, que ajudam a planta a obter nutrientes por meio de bactérias do solo.
“Eu estou muito emocionada em receber esse prêmio, porque eu jamais imaginaria, fazendo um trabalho no Interior do Brasil, lutando com todas as dificuldades que a gente tem, achava muito improvável que isso acontecesse”, comentou a pesquisadora.
“Acho que a premiação foi devido à minha perseverança de 40 anos, jamais tendo desviado do caminho que eu sempre acreditei que era que a gente podia fazer uma agricultura mais sustentável, usando os biológicos em substituição parcial ou total dos insumos químicos”, ressaltou Mariangela Hungria.
Professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL) nos cursos de pós-graduação em Microbiologia e Biotecnologia e na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) do curso de Bioinformática, a cientista tem desenvolvido importantes estudos no NAPI Taxonline. Iniciativa da Fundação Araucária, o arranjo de pesquisa conta com vários projetos envolvendo as coleções biológicas, base para qualquer estudo em biodiversidade e aplicação biotecnológica.
Além das pesquisas no Napi Taxonline, a cientista também coordena o projeto contemplado por meio do Programa de Apoio à Consolidação dos Institutos Nacionais de Ciência e Tесnologia (INCT) no Paraná (Cooperação MCTI/CNPq/Capes/Fundação Araucária).
“Devo muito à Fundação Araucária. Sem ela, não teria certamente conseguido isso. Os últimos dez anos foram definitivos para a minha carreira. A Fundação Araucária apoiou o nosso Projeto Nacional de Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia e também dá um grande apoio naquilo que eu considero a minha maior riqueza de legado que estou deixando, que é a coleção de culturas, participando do NAPI e Taxonline. Então, certamente, uma boa parte desse prêmio se deve à Fundação Araucária”, afirmou Mariangela.
Mariangela receberá o prêmio em 23 de outubro deste ano. É a terceira vez que ele é concedido a brasileiros. Em 2006, os agrônomos Edson Lobato e Alysson Paulinelli dividiram o prêmio com o colega estadunidense A. Colin McClung, pelo trabalho no desenvolvimento da agricultura na região do cerrado.
Texto e foto: reprodução/AENPR, com edição NH Notícias
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