Cotidiano
Aluna de 66 anos viraliza em Ponta Grossa ao ser aprovada no TCC na UEPG

A história da Margareth Haas, acadêmica do último ano de Serviço Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), viralizou nas redes sociais após uma publicação de um dos seus netos. “Minha vó hoje. Aos 66 anos, tirou 10 no TCC da Faculdade”, escreveu Kauan Leitão junto de uma foto.
A postagem viralizou e já conta mais de um milhão visualizações, duas mil repostagens e 64 mil comentários. Também virou print e foi parar em várias páginas de notícias.
Quando viu a repercussão, ela ficou preocupada. Afinal, sua verdadeira nota no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi 7,5 – e não 10, como seu neto havia entendido inicialmente. Mesmo com a diferença da nota em relação ao que foi divulgado inicialmente, a trajetória de Margareth dentro da UEPG mostra um caminho de dedicação e foco. Afinal, ela já havia iniciado seus estudos em Serviço Social em 1990, época em que o curso era integral, e, por isso, não conseguiu conciliar os estudos com o trabalho. “Ficou aquele sonho guardado”. Em 2019, Margareth é aprovada para assumir um contrato temporário e trabalhar na zeladoria da UEPG. Já em 2021, ela conseguiu passar no vestibular e voltou a viver seu sonho.
A repercussão nas redes sociais iniciou com uma mensagem de Margareth no grupo da sua família: “TCC aprovado”. Quando o neto de Margareth, Kauan, postou em suas redes sociais, eles não esperavam toda a repercussão. “Eu postei só porque achei a foto linda. Ela parecia transparecer uma mensagem por si só e eu só queria mostrar para os meus amigos de redes sociais”, conta. “Agora, a família está muito feliz e estamos muito orgulhosos com a formação dela. Uma mulher batalhadora, como ela, trabalhadora e dedicada vencendo e conquistando aquilo que quer é lindo de se ver”, conta Kauan.
Ao ver a repercussão da postagem, Margareth estava preocupada com a nota incorreta e procurou o neto. “Filho, como podemos tratar isso? Ele falou: ‘vó, largue mão’. Aí eu pensei que, realmente, o mais importante é incentivar as pessoas que ficam com vergonha por causa da idade”, conta. O neto Kauan, que gerou a repercussão, comemora a conquista da avó: “Ainda mais nos tempos atuais, em que tantas pessoas difamam a imagem da universidade pública. Graças a oportunidade de fazer uma faculdade gratuitamente, ela conseguiu atingir mais uma meta na vida dela”, explica.
Apesar da conquista e da proximidade da conclusão do curso, Margareth alerta para as dificuldades em voltar a estudar na terceira idade. “As barreiras foram enormes, porque foram 30 anos sem estudar”, conta Margareth. Além disso, ela precisou fazer dois cursos de informática para se acostumar com todas as ferramentas utilizadas em sala de aula, além das dificuldades com a diferença de idade com seus colegas.
Texto e foto: reprodução/aRede, com edição NH Notícias









Comentários